Movimentos vão "intensificar" ocupação de casas vazias

A Plataforma de Afetados pelas Hipoteca (PAH) e o Movimento 15M avisaram hoje que vão "intensificar" a sua campanha civil de ocupação de casas vazias nas mãos de entidades financeiras e administrações públicas para alojar famílias despejadas em Espanha.
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A campanha foi anunciada numa conferência de imprensa em frente ao Congresso de Deputados, em que Lola Fernández, da PAH, referiu que os cidadãos vão assinalar "publicamente" os deputados que votem contra a iniciativa popular que pretende travar despejos.

Na terça-feira, os deputados espanhóis aprovaram a tramitação parlamentar de uma iniciativa legislativa popular (ILP) que permite a entrega ao banco de uma casa como pagamento integral da dívida e a paralisação retroativa dos despejos.

O apoio unânime surgiu depois de o Partido Popular (PP) recuar na sua posição inicial, de votar contra a proposta, e o texto acabou por ser aprovado, num dia em que surgiram notícias de novos casos de suicídio, alegadamente motivados por despejos.

Na conferência de imprensa de hoje, Fernández instou todas as formações políticas a apoiar, agora durante a tramitação parlamentar, os três elementos centrais da ILP: a dação retroativa, a paralisação imediata de todos os despejos e a criação de um parque imobiliário público para arrendamento social usando as casas vazias.

A associação PAH e o Movimento 15M exigem além disso que o texto, levado ao parlamento com 1,5 milhões de assinaturas, seja aprovado de forma urgente.

"Se não o fizerem, ou se mudarem o conteúdo, assinalá-los-emos como responsáveis pelo genocídio financeiro e terão que aceitar as consequências. Não pararemos aqui", disse.

"Face à atuação da banca, que acumula casas vazias enquanto despejam famílias, intensificaremos a nossa campanha de ocupação de andares vazios das entidades financeiras e das administrações", disse.

Nos últimos meses, a organização PAH, que nasceu do movimento dos indignados, tem-se multiplicado por toda a Espanha, realizando ações de protesto para evitar despejos e promover a ocupação de casas vazias.

Violeta Fernández, da Assembleia de Moradores de Madrid, interveio na mesma conferência de imprensa e apelou a todos os espanhóis para que "assinalem pública e pacificamente os deputados e os responsáveis políticos pela tragédia dos despejos" e dos suicídios que têm causado.

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